Capela do Espírito Santo

Classificação: IM -  Interesse Municipal

Não se sabe ao certo a data de construção desta capela, apontando-se como época provável de construção o séc. XIV. Erguida originalmente no já inexistente Campo do Tabolado, (hoje parcela da Avenida Carvalho Araújo), o nome desta Capela tem a sua génese no facto de possuir uma imagem de Cristo crucificado, que pelo seu estado de degradação foi mandada enterrar por D. Dinis. O padre Álvaro Correia Barbosa desenterrou-a, restaurou-a, e depois de pronta conduziu-a em procissão à capela, onde se seguiu uma missa, durante a qual sucedeu um milagre: uma mulher aleijada ao invocar o Bom Jesus, e “inculcando em todos um espírito de viva fé” andou como se sempre tivesse sido sã. Durante esse dia, outros dois milagres aconteceram, e como a capela ficava anexa ao hospício destinado a viajantes pobres, a partir de então ficou conhecida como Capela do Bom Jesus do Hospital. Mais tarde, fruto da abertura da via que ligava Chaves à Régua, esta Capela foi desmantelada, e reconstruída no Pioledo, onde serviu de paiol de pólvora ao R.I. 13. Em 1891, devido às mesmas razões que ditaram a demolição da capela do seu lugar original, a Câmara propõe ao seu proprietário a expropriação do terreno e desmantelamento da capela, que só viria a acontecer anos mais tarde, tendo sido trasladada para a Quinta dos Prados, onde se encontra implantada atualmente.

A nível arquitetónico, na fachada principal, intervencionada no séc. XVIII é notória a influência do estilo barroco, apresentando-se tripartida e decorada com frisos sinuosos nos capitéis e molduras, e motivos fitomórficos. Nas fachadas laterais sobressai uma caraterística pouco vista nos templos da região: os vãos mainelados, que talvez encontrem fundamento no facto de inicialmente a capela estar adossada a uma albergaria, servindo estes vãos como tribunas para assistir aos atos de culto.

Atualmente encontra-se inserida no campus universitário da U.T.A.D. (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).